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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Deus lhe dará um Carro Blindado



Quando um amigo próximo me contou essa história, eu imediatamente adiantei a ele: Escreverei sobre isso.
- Vê lá hein, cara... Não vai se queimar com essas coisas.
- Não vou falar sobre religião, quero escrever sobre a asneira pura que esse palhaço disse.

E o que foi dito, meus amigos? Quem era o palhaço?
- TENHA FÉ, AJUDE! DEUS VAI LHE DAR UM CARRO BLINDADO! O BANDIDO LÁ FORA NO SOL QUERENDO TE PEGAR, E VOCÊ LÁ DENTRO, PROTEGIDO, TOMANDO UM SUQUINHO DE MELÃO!
As pessoas não saíram correndo quando ouviram isso?!
- Não, Allan... Deram graças por ter um futuro carro blindado de Deus.
Não dormi Naquela noite; é por causa desse tipo de ‘acidente reflexivo emocional’ que acabo escrevendo textos como "A Morte do Cozinheiro": fico preso num assunto, até digeri-lo de alguma forma lógica.

Mais de mil pessoas, apenas naquela reunião, se uniram numa corrente energética, viva, para ofertar dinheiro em troca de um carro blindado. Mas não era a frase em si que me desorientava, era o seu teor aprofundado, o englobo mesquinho desse Deus divisor, monetário, burro, que dá aos humanos necessitados de luz somente criações humanas apagadas. Esse cara armado do lado de fora não é filho de Deus também...? Homens de fé não deveriam orar pelo fim do carro blindado, pelo fim da violência? A oração, segundo Jesus, o filho de Deus, não deveria ser para que o ladrão pare de roubar, o assassino não mate mais? Acha mesmo que ele (vamos filosofar), Deus, criador de tudo (ninguém pode medir a capacidade de quem cria qualquer coisa) independente de suas convicções, livre-arbítrio, separaria os filhos com as próprias mãos seja lá qual fosse o motivo?

...

Trecho do Livro Estação Jugular:

Aqui, descobri um Deus tão grande - descomunal! - que uma palavra simples de sua boca espacial juntaria o valor de todos os livros do mundo (não publicados também), uma ordem sua, diferente do que pensam e pregam, poderia ser tão liberal quanto a de um punk renegado - ao ponto que avaliarmos bem a ordem do punk renegado, evidente. Deus é tão complexo que jamais seria integralmente compreendido por um adulto, isto é certo, mas seria facilmente assimilado e seguido por uma criança.


Enquanto os intelectuais pensam, os materialistas executam: esse é o problema de sempre. Os espiritualizados ficam tão espiritualizados (de certo modo frágeis) dentro do seu mundo melhor, que os obscuros, aos poucos, tentam assumir as rédeas do mundo que nós temos. Um carro blindado... É isso. Deus não teria forças para conceder a paz universal; segundo este “rezadeiro - monetário”, ele apenas concede (vende) um carro blindado, um "caveirão"... À vista, ou em suaves prestações.


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terça-feira, 27 de julho de 2010

Rocky Balboa – Um antigo “Yes we can”






Não importa quantas vezes você caia, o importante é levantar e continuar tentando. Esse lema de ‘você pode’, semelhante ao adotado pelo Presidente Barack Obama em sua campanha eleitoral, já existe na sociedade norte-americana há muito tempo. Algo absolutamente normal num país que valoriza a regra do mais forte, o capitalismo devorador, a imagem erguida sobre posses, e o domínio eficaz da imagem externada (o que se mostra ser para os outros). Os americanos, assim como em todo país ‘capitalista ferrenho’, tendem a usar o mais fraco como válvula de escape para o próprio sufocamento que sentiram a vida inteira, no que sempre ouvimos falar como: torcer pelo mais fraco, apostar no azarão, ver-se vencedor perante qualquer contrariedade imensa que se anteponha, mediante seu objetivo maior ainda de vitória.

Não deixa de ser, primeiramente, um incentivo, algo como um chamado, um despertador para o cérebro adormecido. Vamos lá! Nós podemos! Sim, meus amigos, nós podemos, nenhum soco pode ser tão forte que destrua seu objetivo maciço. Nada, ninguém, nem os músculos de Dolph Lundgren na extinta União Soviética puderam derrubar o valente Rocky Balboa. E lá no Império Vermelho, gelado, socialista, tremulou a bandeira vencedora dos EUA. Nas mãos de um homem fraco! Fraco, sim, tecnicamente um pugilista precário, sem movimentação, guarda baixa, pernas duras, uma esquerda morta. Tudo que o Rocky tinha era uma pancada de direita guardada e um sonho na cabeça. Basicamente, o filme nos vende o sonho de que a derrota não existe se enfrentarmos de frente a possibilidade única de triunfar. Yes, we can, caros leitores, esse é o lema daqui pra frente. We can governar melhor, votar melhor... We can ser menos injustos, menos soberbos, menos hipócritas... We can ler mais, ajudar mais, zelar pelo bom andamento do país. Aí está uma coisa boa na cultura americana: eles valorizam os vencedores, é verdade, mas pregam o lema de que qualquer um pode vencer, pode conseguir o seu lugar ao sol, tornar-se um vencedor, e é por isso que os EUA sustentam até hoje o rótulo de 'A Terra das Possibilidades’, atraindo para o sonho americano imigrantes esperançosos do mundo inteiro.

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domingo, 11 de julho de 2010

O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale" entrevista o escritor Allan Pitz



Link original:
http://www.cranik.com/entrevista148.html

Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Para iniciarmos a entrevista, gostaria de saber quais foram as suas principais influências e como foi o início de Allan Pitz para o meio literário.

Allan Pitz: Bom, a princípio a influência foi o teatro, as leituras sucessivas de textos, as primeiras cenas escritas para o palco... Depois comecei a ler alguns livros de Trevisan, Drummond, Nelson Rodrigues... Esses autores mais orgânicos influenciavam e desmistificavam o ato de escrever para o Mundo. Quando percebi a quantidade de contos escritos no final de 2007, comecei a enviar para a CBJE (Câmara Brasileira de Jovens Escritores) no começo de 2008, e todos eram selecionados para as coletâneas (onze seguidos). Comecei a procurar alguns prêmios internacionais, como o da Editora AG, e cravei uma sétima e uma oitava colocações na categoria conto. Desde então os escritos não pararam mais.

Ademir Pascale:
Allan Pitz é o seu nome verdadeiro ou é um pseudônimo?

Allan Pitz: Verdadeiro. Nome e sobrenome. No teatro usava Allan ‘Travatti’, sobrenome artístico.

Ademir Pascale: Como surgiu a ideia criativa de escrever a sua recente obra A Morte do Cozinheiro e como os interessados deverão proceder para adquiri-la?

Allan Pitz: Certa vez durante uma crise de dor de cotovelo, me peguei pensando grandes absurdos, e toquei por segundos ‘pecaminosos’ a mão escura da passionalidade, senti um gosto amargo, processei pensamentos canalhas numa velocidade absurda, inédita. Então é isso, - pensei - esta é a mesma sintonia tosca que nos leva a fazer coisas terríveis, há uma curva, um portal, um eixo cerebral que liberta um selvagem intruso, egoísta. Um pensador conseguirá conte-lo aos pensamentos ocultos, mas geralmente vemos o triste quadro homicida nas páginas policiais.
A idéia surgiu para mostrar internamente toda a confusão de um pré-assassino, os ridículos do ciúme doente, o inusitado, valendo-se de um recorte quase poético, lírico, onde qualquer um que se deixe levar por tais pensamentos pode se transformar num assassino. A proximidade da história com o leitor é inevitável, alguns observam o protagonista (e isso me assusta) como uma espécie de “herói social incompreendido”.

O livro pode ser adquirido pela Tarja livraria (www.tarjalivros.com.br).
E em formato e - book na loja da editora (www.above.lojapronta.net).

Fisicamente nas lojas:
Leonardo da Vinci (RJ)
Livraria Solário (RJ)
Bistrô CD (RJ)
Café Doce Arte (Torres/ RS)

Ademir Pascale: Além desta obra, seja contos ou romances, você já escreveu outras?

Allan Pitz: Publicados são mais três: Duas Doses e um Bungee Jump (poemas / lançado e vendido em Portugal), A Fuga das Amebas Selvagens (contos, piadas, crônicas e esquetes), e Visões comuns de um porco esquartejado (poemas). Em fase de procura para publicar são três (um deles romance), engavetados outros cinco.

Ademir Pascale: Segundo informações no seu blog pessoal Paquidermes Culturais (paquidermesculturais.blogspot.com), você foi forçado a entrar na blogsfera? Conte pra gente como foi.

Allan Pitz: Preguiça e medo digital, nada mais... Eu sou meio workaholic, ansioso, e achei que a internet seria um freio no ritmo dos estudos literários. Hoje sou blogueiro incentivador, vejo como ferramenta necessária; descobri uma nova geração cultural na internet para qual tenho orgulho de escrever, o Brasil está crescendo realmente!

Ademir Pascale: Qual a sua opinião referente a onda vampírica em nossa literatura? Você acha que ela é apenas um momento incentivado por longas como os da série Crepúsculo e True Blood ou tem um futuro promissor que se estenderá por vários anos?

Allan Pitz: Acho que a onda vampírica, na verdade, é um oceano infinito que volta e meia forma uma nova tsunami. Quando eu era molecão assistia à novela Vamp, ficava louco com os poderes dos vampiros, o lance da sedução, da noite, aquilo fez muito efeito em mim na época. Esse fascínio sempre existirá com os vampiros; só que transformado em projetão Hollywoodiano reascende com mais força em diversas frontes. É um enredo inesgotável.

Ademir Pascale: No seu ponto de vista, como está o mercado literário para os jovens escritores do gênero horror, ficção científica e fantasia? Está sendo mais fácil publicar devido a onda vampiresca e dos filmes hollywoodianos ou as portas continuam fechadas? Considerando ou não esta última opção, quais seriam as suas dicas para um autor adentrar-se no meio literário e publicar a sua obra?

Allan Pitz: Está melhor sim, mas continua cruel para aqueles que escrevem sem consultar a guia de gêneros, querem liberdade criacional total. Sinto uma influência de marketing muito presente: Gênero, estilo. E se na minha história tiver partes policiais, partes de suspense, de fantasia, de horror, for um grande mistério, e possua diálogos que, de alguma forma, sejam de auto-ajuda, qual gênero seria?! Isso me confunde... Não sei qual é o meu gênero, não sei, minha cabeça é um playground high-tech no Bahrein, e o sheik quer gastar!
A dica mais sincera para quem está começando na literatura e quer viver disso, sem hipocrisia alguma, é seguir um estilo que agrade as editoras, escolher enredos que se enquadrem à demanda de mercado, e firmar uma personalidade que também os agrade. Particularmente eu não fiz nada disso. Sigo na luta.

Ademir Pascale: Você acha que existem grupos e “bandeiras” entre os escritores de um mesmo gênero que não se misturam por defender ideias diferentes ou existe uma união? Qual a sua opinião sobre este assunto?

Allan Pitz: Sou Brasil futebol clube. Acho que os escritores nacionais (independente do gênero) devem buscar união (até o marginal faz quadrilha!). O problema do artista geralmente está no ego, superando isso formamos um grupo mundialmente forte. Nosso país é um continente, não podemos esquecer isso nunca.

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Allan Pitz: Sim. Atualmente estou tentando publicar Estação Jugular – Uma estrada para Van Gogh (história reveladora!), e Confetes no Funeral (Contos premiados e inéditos 2008/2009). Espero conseguir publicação em breve, aposto muito neles. E mais para frente quero fazer uma segunda edição revisitada de A Morte do Cozinheiro, com ilustrações e resenhas de psicólogos.

Perguntas rápidas:

Um livro: Contos de Aprendiz – Carlos Drummond de Andrade.
Um(a) autor(a): Carlos Drummond e Dalton Trevisan.
Um ator ou atriz: Kevin Spacey
Um filme: Cães de Aluguel
Um dia especial: O Natal
Um desejo: Viver de letras

Ademir Pascale: Deseja encerrar a entrevista com mais algum comentário?

Allan Pitz: Quero somente agradecer. Aos leitores, aos amigos, a você, Ademir, pelo convite generoso, e a todos que ajudam os valentes autores nacionais em seus blogs e sites, muito obrigado.
Que a força do bem esteja sempre com vocês.
Venceremos!
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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Iris-cicatriz



Eu a vejo...
No corpo da meretriz
Na banca de jornal
Num poster de Honolulu
Numa montanha do Nepal
Eu a vejo...
E vejo nas capas dos discos
Vejo nos filmes antigos
Vejo em revistas e artigos
Em toda parte
Eu a vejo.
E mesmo quando fecho os olhos
Em noites tantas mal dormidas
Tentando apagar as retinas
Ainda assim
Eu a vejo...

Vejo, pois está em mim;
Vejo
A Iris-cicatriz,
Que a faz:
Refletir em tudo.
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Este blog surgiu após inúmeras recomendações, broncas, cascudos e beliscões de conhecidos. Aqui está, enfim, um espaço próprio para o escritor Allan Pitz publicar suas "Patavinices", seus textos, seus livros, e tudo o mais que o tempo for lhe guiando e desenvolvendo.

Obrigado pelo incentivo de todos.